A ligação de Vila Nova de Gaia ao mundo dos vinhos, particularmente ao único e excecional Vinho do Porto é internacionalmente reconhecida, desde há séculos. As condições geográficas e climáticas perfeitas para a maturação dos vinhos nos imensos armazéns valeram a designação, no século XIX, de “maior taberna do Mundo”, pelo escritor Camilo Castelo Branco. A fixação e investimento de comerciantes estrangeiros no negócio dos vinhos dinamizou, a par com o saber português, esta fonte de rendimento e cultura portuguesa que ainda hoje é das mais acarinhadas mundialmente.
A vida portuária gaiense sempre teve grande azáfama, registada em muitos documentos e testemunhos. Fixaram-se muitos homens de negócio, mercadores, comerciantes, para transações nacionais e internacionais. Com o movimento que foi crescendo ao longo dos séculos, o cais de Vila Nova tornou-se num entreposto de produtos do interior do país para consumo local e regional, mas em parte também canalizados para vários destinos internacionais.
Muitos dos armazéns que ainda hoje preservam a sua estrutura original, com arcos e abóbadas de tijolo sob os sobrados dos andares superiores, são construções ou reconstruções dos séculos XVII e XVIII. Na viragem do milénio e até à atualidade, a área do Centro Histórico de Gaia e as empresas de Vinho do Porto começaram a voltar-se cada vez mais para a Cultura no sentido lato, reafirmando-se através da História, tendo a preocupação de abrir museus, núcleos interpretativos, organizando eventos para satisfazer o Turismo. Quase todas as marcas têm desde pequenos núcleos museológicos a museus modernos e interativos reconhecidos internacionalmente, uns mais focados na herança portuguesa, outros no papel dos estrangeiros na projeção do Mundo do Vinho a nível mundial, todos sob o olhar atendo da Associação das Empresas do Vinho do Porto (AEVP) e do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVPDP).