Apesar de profundamente alterada por reconstruções promovidas ao longo de séculos de existência, a Igreja de São Gens constitui uma referência no que à arte românica concelhia diz respeito.
Outrora um importante mosteiro dos religiosos de São Bento, destacou-se como a instituição religiosa que mais poder adquiriu no espaço do atual concelho de Fafe durante a Idade Média.
A presença de uma inscrição na parede lateral sul datada do ano de 1091 indica que a construção da igreja estaria totalmente finalizada por volta dos finais do séc. XI.
A Igreja de S. Gens possui diversos elementos românicos provenientes da sua estrutura primitiva, entre os quais se destaca um portal tipicamente românico, enobrecido e decorado por elementos zoomórficos e vegetativos no remate superior dos colunelos.
Para além das muitas de siglas e inscrições e outros elementos arquitetónicos presentes por todo o templo, um olhar mais atento permite observar um curioso cachorro antropomórfico integrado na cornija de remate da fachada sul.
No seu interior, é o arco de cruzeiro que separa a nave da capela-mor que mais se destaca, com as suas aduelas românicas ricamente trabalhadas e decoradas com motivos vegetativos entrelaçados e animais (aves), apresentando ainda vestígios de pintura.
Na parte posterior do templo, sobre um enorme batólito granítico, ergue-se uma torre sineira de dimensões consideráveis, conferindo ao conjunto caraterísticas invulgares na região.
No adro da igreja é possível observar algumas tampas de sepultura medievais inscritas e decoradas. Sobre a porta da capela mortuária surge outra tampa de sepultura reaproveitada na parede do edifício.