A Festa das Cruzes é considerada a primeira grande Romaria do Minho, num misto de cor, tradição e animação popular, é um dos mais importantes acontecimentos barcelenses. A sua origem remonta ao século XVI e está associada a uma lenda quando, no ano de 1504, o sapateiro João Pires regressado da missa observou na terra, em pleno Campo da Feira, uma cruz de cor preta. O que considerou ser «um sinal sagrado» depressa se transformou num acontecimento popular, que fez nascer a devoção ao “Senhor da Cruz”, materializada na construção do Templo do Bom Jesus da Cruz, hoje epicentro da Festa das Cruzes.
No século XIX, as festas tinham um cariz vincadamente religioso. Centenas de romeiros das freguesias rurais de Barcelos, de todo o país e da vizinha Galiza, cantavam e dançavam, alguns descalços com a “condessa” à cabeça, onde transportavam o farnel.
No século XX, a componente religiosa fundiu-se com elementos remanescentes de cariz profano visíveis nos carrosséis, barraquinhas de comes e bebes, nas corridas de cavalos, nos cortejos etnográficos, no fogo de artifício no rio Cávado, nos cantares ao desafio nas ruas da cidade.
Hoje em dia, a Festa das Cruzes é um ponto de romagem de visitantes nacionais e internacionais. Barcelos ganha ainda mais vida com a romaria e os seus arcos, a feira, o artesanato, a procissão, os tapetes de pétalas de flores naturais, as atuações de folclore. A tradicional batalha das flores, as bandas de música e os zés pereiras refletem o pulsar da cultura e das tradições barcelenses. A Batalha das Flores, os Arcos de Romaria, os Tapetes de Pétalas Naturais e a Procissão da Invenção da Santa Cruz são os pontos altos da Festa das Cruzes.