Classificada como Monumento Nacional em 1910, é o principal ex-libris da cidade de Bragança, e o único exemplar da arquitetura civil românica existente em toda a Península Ibérica.

A sua edificação data, muito provavelmente, do primeiro terço de quatrocentos, podendo ter coincidido com a do castelo. Alguns autores eruditos, como o Abade de Baçal, indicaram os finais do século XII e inícios do século XIII, como a época da sua construção. Mas estudos mais recentes, apontam para os finais do século XIV, como a data mais provável da sua edificação, tratando-se por isso de um românico medieval mais tardio.

O edifício possui uma planta pentagonal irregular, e é constituído por dois corpos (espaços) distintos: o subterrâneo, formado por uma ampla cisterna semienterrada numa concavidade rochosa, com uma abóbada em berço reforçada por dois arcos torais (para armazenar águas pluviais e nascentes), e o superficial, que cobre a cisterna, e forma o pavimento lajeado do salão, arquitetado como uma espaçosa galeria fenestrada por 38 pequenas janelas em arco de volta perfeita, que empresta originalidade à edificação.

Todo o edifício é construído em granito e encontra-se coberto por um telhado de cinco águas, assente em cornijas, que se encontram cavadas na sua face superior, com o propósito de aparar as águas pluviais que depois são conduzidas até à cisterna, por canais abertos nas paredes.

As cornijas estão apoiadas, quer no interior, quer no exterior do edifício, em 53 modilhões esculpidos com motivos geométricos, vegetalistas, zoomórficos e antropomórficos, exceto um, no interior, que tem representadas as armas de Portugal.

Dois portais de verga reta, abertas na fachada Norte do edifício, dão acesso ao interior sobrelevado da galeria, com o pavimento em cantaria rasgado por três aberturas de formato quadrangular que dão acesso à cisterna. Ao longo das cinco paredes interiores corre uma bancada, ou sedia de cantaria que, terá sido edificada para servir especificamente como “Casa da Câmara”, e nela se terão realizado as reuniões dos “homens-bons” para debater os problemas da municipalidade.

A Domus foi restaurada (para o seu aspeto atual), retornando às suas características originais, com as obras promovidas pela Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e com projeto do Arquiteto Baltazar de Castro, tendo sido inaugurada a 23 de outubro de 1932.