O Largo do Toural é a praça principal de Guimarães e é considerado o coração da cidade.
As referências mais antigas deste Largo remontam ao séc. XVII, altura em que aqui se realizavam feiras de gado e, também, touradas, junto à principal Porta da Vila, do lado de fora da muralha e por isso foi batizada com este nome.
No séc. XVIII, a mando da rainha D. Maria I é demolida a antiga muralha, no lado nascente, e no seu local constroem-se casas uniformes e de arquitetura regular, bem ao gosto pombalino, e já nessa altura, o Largo contemplava a instalação de espaços comerciais.
Em 1791, a Câmara aforou o terreno junto à muralha para edificação de prédios, que foram construídos mais tarde, segundo planta vinda possivelmente de Lisboa, começando a partir daqui a transformação do Toural. Nesta altura é construído o Jardim Público, rodeado por um gradeamento de ferro, que abre ao público em 1878. No século XIX este era já um dos largos mais importantes de Guimarães, juntamente com o seu jardim público, o qual passou a ser uma das zonas mais frequentadas da cidade e o ponto de encontro e de convívio das gentes de Guimarães, função social que prevalece até aos nossos dias. Após a implantação da República, em 1910, o Jardim Público é transferido para outro local, sendo então colocada no centro do Toural a estátua de D. Afonso Henriques.
Alguns anos depois, a estátua foi transferida para local próximo do Castelo e substituída pela colocação de uma vistosa fonte artística. A recente requalificação do Largo do Toural, em 2012, ano da realização do evento “Guimarães Capital Europeia da Cultura”, deu outra amplitude à praça.
Foi aqui reposto o Chafariz renascentista de três taças (já aqui tinha estado no sec. XVI) e retirada a fonte existente.
No pavimento central, construído de pedra quartzo e de basalto, aparece representada a planta do Centro Histórico de Guimarães. Outra particularidade, são as guias de bordadura da praça em mármore, com reentrâncias e saliências que simbolizam a muralha da cidade.
Tudo isto pode que pode ser apreciado a partir do varandim dourado de 60 metros de comprimento, obra da artista plástica portuguesa Ana Jotta.
Curiosamente, e sem que se tivesse previsto, o varandim está repleto de cadeados, que os vimaranenses e visitantes vão colocando desde 2012, e que simbolizam a união e o amor. E até há uma loja que os vende ali mesmo em frente.
Hoje, o Largo do Toural é símbolo da vida citadina de Guimarães, onde podemos encontrar modernos hotéis, lojas de comércio local, restaurantes, pastelarias e cafés, livrarias e tabacarias, numa dinâmica que se presencia no quotidiano da cidade. No lado poente do Largo do Toural, impõe-se a igreja Basílica de S. Pedro. Esta igreja apresenta grande simplicidade e uma arquitetura elementar. Em 1750 foi benzida e acolheu a imagem do santo padroeiro. Em 1751, por indulto da Santa Sé, a igreja recebeu o título de Basílica pelo Papa Benedito XIV. Foi a primeira igreja a receber tal distinção na Arquidiocese de Braga. A capela-mor é separada da nave por um arco de cruzeiro de volta perfeita e nela se destaca o retábulo, de talha azul e dourada, manifestação ainda do gosto eclético dos finais do séc. XIX.
Em 1881 foi sujeita a obras de remodelação, com a demolição das estruturas provisórias e das casas que estavam em frente ao corpo da igreja.
Os trabalhos terminaram em inícios do séc. XX, sem que tivessem sido construídas as duas torres inicialmente previstas, ficando apenas uma delas.