Dando continuidade à iniciativa “A Peça do Mês”, o Museu de Vila do Conde selecionou para exposição, durante o mês de julho, um par de Dragonas, distintivo de oficial da marinha, as quais pertenceram ao Capitão do Porto de Vila do Conde, Adriano Coutinho Lanhoso, atualmente integram o espólio do Museu de Vila do Conde.

As dragonas eram usadas como distintivo nos ombros do uniforme de gala do oficial da marinha, em atos oficiais.

Adriano Augusto Gonçalves Coutinho Lanhoso, foi uma das personagens marcantes e operosas na década de 30, em Vila do Conde. Segundo Capitão do Porto de Vila do Conde, cargo que exerceu pela primeira vez, no período compreendido entre 11-10-1929 a 25-11-1933.

O seu desempenho caracterizou-se essencialmente pela devotada proteção dispensada aos pescadores, procurando colmatar as suas carências materiais e espirituais, assim como a valorização dos serviços inerentes ao cargo que exercia

Enquanto Capitão do Porto de Vila do Conde, deve-se-lhe os seguintes empreendimentos: Construção do “Bairro dos Pescadores”; Edificação da “Casa dos Pescadores” onde passaram a funcionar uma escola primária, um posto médico e uma oficina de lavores femininos; Criação de delegações da “Casa dos Pescadores” nas Praias de Labruge e Vila Chã, dotadas de postos médicos; Construção da Capela do “Bairro dos Pescadores”; Ampliação de faróis junto à costa; Prosseguimento das obras do Porto de Vila do Conde; Drenagem do troço terminal do rio Ave (o que há muitos anos não se fazia, embora a construção naval sistematicamente o reclamasse); Construção da “Casa do Salva Vidas” e atribuição do respetivo barco.

Cumulativamente com o cargo de Capitão do Porto fez parte de uma Comissão Administrativa da Câmara Municipal, onde evidenciou um apaixonado interesse pela vida de Vila do Conde, ficando-se a dever ao seu espírito empreendedor importantes realizações, das quais destacamos: Organização do “Cortejo do Trabalhador”, no qual figuraram todas as freguesias do concelho, apresentando as potencialidades económicas de Vila do Conde; Celebração das “Festas do Carmo”, as quais gozavam de enorme fama e prestígio, chegando a merecer o título de “Festas do Concelho”, que marcaram pelo esplendor das ornamentações das ruas, das iluminações dos monumentos e arruamentos, das colaborações das bandas de Música da GNR de Lisboa, da Marinha e de Santiago de Compostela, assim como da amaragem (descida de um hidroavião no rio Ave).

Ao longo da sua vida foi agraciado e homenageado, o que traduz o reconhecimento de todos os vilacondenses, realçando o seu esforço, tenacidade e dedicação em prol de Vila do Conde.